Gustavo Teixeira*
Anos após anos de chegadas freqüentes de brasileiros em cidades mexicanas para tentar a famosa peregrinação do deserto, parece que a onda agora vai em sentido contrário: quem está fora está cabreiro de entrar; quem está dentro não vê a hora de sair.
Quando cheguei aos Estados Unidos (Boston-MA) em fins de 2003, o clima era outro. Ao encontrar compatriotas e lhes perguntar há quanto tempo estavam aqui, eram comuns respostas do tipo “semanas”, “meses”. Hoje, é digno de prêmio quem encontrar brasileiro aqui que tenha o mesmo tempo. E a frase que provavelmente mais ouço de brasileiros é: “Lembra de Fulano? Está de malas prontas de volta para o Brasil!”
O fato é que emprego (principalmente para ilegais) está cada vez mais difícil e a mágica de transformar dólares em reais e em qualidade de vida para os familiares no Brasil a cada dia mais sem cartas na manga. Uma famosa rede de “breakfast” na região da Nova Inglaterra que era porta de entrada certa para brasileiros recém-chegados, a Dunkin Donuts, decidiu parar com as contratações de ilegais. E os suados dólares de compatriotas nestas condições hoje se revertem nas casas de câmbio por valores que há tempos não se via.
A última ficha será lançada nas próximas eleições, já que tanto o senador Obama quanto a senadora Clinton, pelo lado democrata, enfatizam a necessidade urgente de um plano de legalização de imigrantes. O temor parte de uma possível vitória republicana, o que selaria de vez o sonho da imigração. Neste caso, é colocar o matulão nas costas e se mandar no primeiro pau-de-arara com destino ao sul do Equador porque a “party is over!”
* Gustavo Teixeira é um zé-ninguém e tampouco pretende ser alguém na vida!!!
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