segunda-feira, 20 de abril de 2009

Tanto faz como tanto fez

Tomar muitos medicamentos é uma rotina na vida da maioria dos idosos (acima dos 80). É remédio para a pressão, para auxiliar a digestão, para controlar a osteoporose, ansiolíticos... Sem falar naquelas pessoas, como é o caso de minha mãe, que têm doenças brabas e que, além destes, também tomam outros, com muitas reações adversas (o nome atual para efeito colateral).

Depois de ler o release da Agência Notisa, que acabei de receber, fico me perguntando se não é o caso de eliminar alguns deles. Bem, a agência de jornalismo científico (http://www.notisa.com.br) divulgou hoje que um estudo recente mostra que alguns remédios utilizados regularmente por pessoas de mais de 80 anos com problemas cardíacos não parecem ter efeitos na sobrevida em longo prazo.

Reproduzo abaixo o texto, que julgo da maior importância principalmente para quem tem pais vivos e que são usuários de algum desses medicamentos.

Medicações freqüentemente utilizadas em octagenários parecem não ter efeitos na sobrevida em longo prazo
Estudo norte-americano publicado no American Journal of Cardiology concluiu que o uso de certas medicações como diuréticos e estatinas, parecem não aumentar a sobrevida em longo prazo de pessoas com mais de 80 anos de idade apresentando insuficiência cardíaca (HF) e fração de ejeção (EF) preservada. Segundo o artigo, a pesquisa analisou os efeitos de medicações cardíacas comumente utilizadas na sobrevida em longo prazo de pacientes octogenários e EF ventricular esquerda preservada.

“Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada tem uma alta prevalência na população geriátrica, e esta coorte talvez apresente risco de complicações causadas pelo uso múltiplo de medicamentos”, afirmam o autor do estudo Faramarz Tehrani e colegas, todos ligados ao Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles (Califórnia, EUA), no texto publicado.

Ainda de acordo com o artigo, do total de 142 pacientes participantes avaliados durante 5 anos, 98 (69%) morreram ao longo do período, não tendo sido identificadas diferenças significativas nos parâmetros do baseline (início do estudo) em pacientes que morreram comparados aos daqueles que sobreviveram no período.

“Nenhum dos medicamentos pareceu causar uma diferença significativa na sobrevida em longo-prazo, incluindo beta-bloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina / bloqueadores dos receptores da angiotensina II, bloqueadores dos canais de cálcio, diuréticos e estatinas”, destacam.

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